sexta-feira, outubro 01, 2004

Esta gente

Não sou fã do Miguel Sousa Tavares. Muito pelo contrário. Não só por ser um portista ferranho.
Acabo de ler o seu artigo-Esta gente-no Público de hoje. Um pequeno resumo de como anda este país. Excelente.

domingo, setembro 12, 2004

Marizaafadista

Já não é a primeira que escrevo sobre a cantora Mariza. Tem uma voz forte, não gosto especialmente do timbre.
O canto é algo belo porque é agradável. Sou grande apreciadora de música e, especialmente, de belas vozes. Os instrumentos emitem sons fortes, bonitos, mas as vozes são sentimentos humanos. Todos conhecemos o ditado: Quem canta seu mal espanta. E encanta. Quando encanta.
Uma voz com sentimento faz-nos parar. Faz-nos sentir. É como um piano por Sakamoto. Não sei explicar, mas o que vejo em Mariza, é tudo menos isto. Quando fala e quando canta. Nunca vi ninguém que cante para si como ela faz. Tanto teatro. A voz não se esforça, não se prende. A voz flúi. A voz não se conduz. A alma é que a conduz. Imagino que cantar deva ser maravilhoso. Que saudades de Amália. Única. Felizmente temos outros que vão cantando, e encantando.
LR

quinta-feira, setembro 09, 2004

Brandos costumes?

Não estarão a ser radicais as senhoras holandesas que teimam em dar-nos lições de um país civilizado? Estas senhoras, perante a nossa cultura, as nossas leis e o nosso referendo, dizem que temos uma mentalidade retrógrada. Que as mulheres portuguesas não têm liberdade e que em Portugal não há democracia. Há quem diga que, à boa maneira holandesa, para puderem aguentar todos estes dias em alto mar, não trouxeram apenas as ditas cujas pílulas...
A última foi ver a Sra. Rebeca qualquer coisa, e outra colega, de caixinha na mão, em directo na televisão, a dizer que "este medicamento" (o tal medicamento abortivo) está disponível nas farmácias portuguesas. Será que têm comissão, ou este passeio foi subsidiado pelo tal laboratório? Tremenda irresponsabilidade! Também dizem que os médicos portugueses são hipócritas e mentirosos.
Dizem que somos um país de brandos costumes... mas a paciência também se esgota! Começo a desejar que alguém faça alguma coisa. Se, no início deste festival todo havia algumas dúvidas, neste momento, parece que os tais "outros" medicamentos têm sido muito utilizados...
LR

segunda-feira, setembro 06, 2004

Mourinho

Porque razão foi Mourinho ameaçado? E porque razão a tão terrível ameaça não se concretizou?
by António Tavares-Teles (Diário de Notícias)

Modernices

Muito se divagou àcerca da pulseira esfarrapada que Santana Lopes usa com os seus fatos Rosa e Teixeira. Quando lhe perguntaram, em entrevista para a Visão, ele rapidamente explicou. Deram-lha na Moda Lisboa.

domingo, setembro 05, 2004

Código Da Vinci

Será mesmo bom? Talvez. Hoje disseram-me, durante um jantar, que eu era a única que ainda não tinha lido o dito cujo. Não é que queira ser diferente, nem é por birra. Mas fiquei a pensar que os livros que tenho em mãos devem ser, de certeza, mais interessantes. Além disso, o facto de "toda a gente" já o ter lido, e ter achado o máximo, não me inspira grande confiança. Na verdade, ainda não acabei os que queria, quanto mais este, tão comercial e popular... talvez um dia destes. Nem a curiosidade aparece.

Ser interessante

Interessante. Uma das coisas que me faz pensar em alguém. Ou a sua falta de interesse. Alguém interessante atrai o nosso olhar. Sabem como é. Expressividade, sorriso, olhar, voz, gestos, cultura, opiniões, maturidade, integridade, simpatia, curiosidade, humor, pequenas ou grandes coisas que o definem. Gosto muito de pessoas. Não sei se será egoísmo, mas com elas procuro aprender alguma coisa. São-me úteis. Cada vez tenho menos paciência para quem nada transmite, nada irradia.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Pensamentos distantes

Bastava sentir a sua presença para se sentir feliz. Calma. Passou dias numa sala pouco distante da sua. Horas que se iam derretendo, ora sentindo a sua presença, ora procurando trabalhar.
É fatal quando a nossa pele se sente entranhada pelo seu sabor, pelo seu cheiro.
Amar é amar. Nunca gostei desta palavra. Vulgar, comum, irritação! Sempre achei que as pessoas pensam, sentem, falam, cantam e se apaixonam de formas diferentes. Tinha a certeza que era diferente. Imaginava que ainda não tinham inventado palavras suficientes para descrever os meus sentimentos, as minhas emoções. Quem poderia avaliar, definir, tabelar o que sinto, se nem a própria sabe. Puro egoísmo.
Quando duas pessoas se querem não há destino, fado, dia ou hora, que possa mudar este bem-querer.
Amar é amar. É sentir-se feliz por saber onde está o outro. É sabê-lo aqui.
O seu olhar leva-me longe. Para além do destino. Sabe bem este ligeiro prazer.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Condução perigosa

Dizia-me hoje um conhecido meu que esteve de férias no Algarve que, nos dias de hoje, fazer a viagem Algarve-Porto e chegar vivo a casa com a família já não era mau...
Quando oiço o Sr. Presidente da República preocupado com as multas que não são pagas, escapa-me alguma coisa... como todos sabemos, a maioria das multas deve-se a estacionamentos incorrectos e afins, à chamada caça à multa, como nos dias de feiras e romarias em que aí sim polícias não faltam. Não quero dizer com isto que não se paguem. Pelo contrário. O que sempre me incomodou é a indiferença às manobras perigosas, ao excesso de álcool (aqui parece-me que se tem tentado intervir de alguma forma) e a todas essas estradas assassinas que se espalham pelo país fora...
Quando há uns anos estive em Espanha durante alguns meses, após a Expo, para meu espanto, do que mais se lembravam os espanhóis enquanto, nessa altura, visitavam o país, era da "nossa" perigosa forma de conduzir...
Não há forma de conter estas mãos assassinas e de melhorar as nossas estradas?
LR

domingo, agosto 29, 2004

Actualidades

Barco do aborto
A questão do barco do aborto (nome horroroso, por sinal) é, tal como a sua liberalização, uma questão muito complicada. A decisão do nosso governo, se não fosse esta, podia trazer precedentes. Já pensaram que, daqui a algum tempo, poderia vir outro barco, ou avião, ou seja o que for, com o anúncio de “wild parties” por exemplo, onde se poderia comprar e vender haxixe, heroína e afins? Desconheço a lei, mas não teríamos a mesma situação? Sempre achei que esta é uma questão pessoal, íntima, que cabe aos protagonistas. Ter uma criança, uma bênção, mas também uma opção. Também não me parece esta a melhor forma de influenciar as decisões políticas. Se querem que a lei mude, discutam-na, encontrem formas razoáveis de demonstrar que têm razão. Este barco parece-me, além de radical, uma provocação.

Ferreirinha
A série que vai começar na RTP, a Ferreirinha, traz-nos mais umas duvidosas interpretações, apenas superadas pelas séries magníficas da TVI, como os Morangos com Açúcar, novela, aliás, banida da televisão brasileira, pelas péssimas interpretações (e, sem dúvida, pelos textos). Sinal disto mesmo é a presença de Catarina Furtado no elenco. Que a senhora é bonita ninguém discute, que é fotogénica, televisiva, etc, etc, ok, até concordo. Não entendo é a sua teimosia em interpretar, coisa para a qual, definitivamente, não nasceu. Não duvido até que os textos sejam razoáveis, ou até bons, contrariamente, aos da novela supra citada, estes sim para imbecis, mas com estas escolhas no elenco perde-se a vontade de ver. Acredito que haja por aí gente com talento com muita vontade de trabalhar. Sei que a imagem é importante, caras bonitas também as há, mas o talento só nasce com alguns.


Espíritoolímpico2
Vanderlei Lima. Ganhou hoje a medalha de bronze na maratona. Não sabemos se teria pernas para ganhar a de ouro, não fosse aquele imbecil que o empurrou para fora da estrada, mas que foi um tremendo azar, isso foi! Independentemente das razões que estão por detrás destas pequenas manifestações, é incompreensível como se pode interferir nos sonhos e trabalho (na maioria das vezes, árduo e de muitos anos) dos outros. Até nos jogos olímpicos? Grande falha na segurança dos atletas. Apesar de tudo, fez bem ver a alegria do atleta, sem ressentimentos, a chegar em 3º lugar ao estádio e a receber a sua medalha, símbolo do seu sacrifício, já no pódio.
O 8º lugar foi muito bom para uma prova tão difícil e para um atleta que, além de, até estes dias, ser um desconhecido, me pareceu bastante modesto, e moderado, antes da prova. Parabéns!


sábado, agosto 28, 2004

Ao acaso

Hoje, por acaso, criei um blog. Como ontem tinha escrito os dois anteriores textos, para outros fins, resolvi passá-los para cá. Sempre fica a parecer, um pouco mais, um blog... o resto não tive paciência para prencher, talvez um dia destes. Vamos ver como corre.

TristeBenfica

Triste equipa, a minha. Não vejo jeitos de começar a gostar da minha equipa novamente. Dos meus jogadores. Não gosto destes. Não fui eu que os escolhi. No entanto, para minha desgraça, são os meus jogadores. Estes últimos jogos têm sido um “déja vue” que até aflige. É claro que para jogar com as nossas equipinhas portuguesas estes jogadores até poderão, quem sabe, ganhar um joguito ou outro, ficar num honroso (?) segundo ou terceiro lugar do nosso fraquinho campeonato, mas competir com equipas organizadas, jogadores ambiciosos, famintos de vitórias, ansiosos por mostrar, e demonstrar, em campo o que valem… isso já é outra história… não duvidei que não iriam a lado nenhum.
Sempre fui benfiquista, poderia ser de outro clube qualquer. Chego agora a uma triste fase em que, quando a minha equipa joga, o surpreendente são as vitórias.
Triste é ouvir as declarações de um treinador, provavelmente com uns anos a mais para ser genuinamente ambicioso, a dizer que a equipa fez uma primeira parte fantástica (naquele desastrado e desastroso jogo contra os belgas), quando todos vimos, e vemos, que, o que, de facto, nos faltou e falta, é um misto de profissionalismo, motivação, garra, mas, acima de tudo, jogadores de classe (não gosto especialmente do termo, mas é isto mesmo) como já tivemos em tempos…
Triste é ouvir jogadores, ditos do Benfica, a dizer que este jogo era um pouco importante para o clube, mas que tinham que levantar a cabeça e, agora (que remédio!), pensar no campeonato. Nestes momentos perde-se a paciência, mas também se tem a, mais uma vez, triste noção de que esta equipa não vale nada. Nem sequer é necessário vê-los a jogar, olhá-los e ouvi-los basta para sabermos disto.
O clube não tem dinheiro, todos sabemos. Os sintomas estão em todo o lado, a contratação do italiano, do bracarense, a chamada de jogadores demasiado novos para tanta responsabilidade… é certo que um ou outro jogador até poderia surpreender, ou ser, pelo menos, regular nas suas exibições, mas não é o caso…
O Zahovic, além de ser um jogador de quem nunca gostei, no mínimo, pela sua tradição no Porto e pelos seus rudes modos, dizem-me que até não tem jogado mal, mas também é verdade que parece ser, inacreditavelmente, o jogador mais bem pago do plantel. Não o conseguem vender e comprar jogadores? Eu agradecia.
Depois aquele senhor Veiga, de quem ao longo destes últimos tempos muitos jogadores se têm afastado…. não inspira confiança nem a um anjinho!
Não digo que jogadores como o Simão, o Miguel (já agora, boa sorte se for para outro clube, talvez lá encontre jogadores que encaminhem as suas bolas para a baliza…) e talvez até o Petit, incluídos numa equipa com jogadores de nível não fizessem até boa figura (com os modelos a seu lado), mas os outros… com excepção do Moreira, que até me parece ser o único com uma motivação inata, são fraquinhos (ou com idade a mais) para altas competições…
Nestas escritas sobre motivação, profissionalismo, quem sabe até liderança, não poderia deixar de escrever alguma coisa sobre o FCP. Com a devida ressalva de que há muitas coisas de que não gosto neste clube. Todas são bem conhecidas e, provavelmente, as que estão a pensar neste momento. O Porto faz-me lembrar os gauleses e o Astérix, pelo menos nos primeiros anos de sucesso, porque actualmente penso que ninguém questiona que, realmente, quando joga por esse mundo, é a única equipa de quem podemos ter orgulho como portugueses. Já não remam contra a maré. E até já Pinto da Costa, que durante muito tempo cultivou o orgulho de ser do norte, esqueceu o presidente da invicta e se aproximou do topo, do governo e, hoje em dia, subtilmente, diz que o seu clube representa o país. Com toda a razão. Além disto, ao contrário da minha equipa, a surpresa, neste caso, tem continuado a ser a derrota. Bela mentalidade. Mesmo nos jogos em que as coisas não correm bem, mesmo quando jogam mal, a mentalidade está lá. Será orgulho em ser dragão?
LR

Espírito Olímpico

As tristes figuras com que nos brindaram os nossos famosos, e charmosos, jogadores de futebol, primeiro nos jogos olímpicos e depois na Bélgica, vieram em boa hora! Este monumental desencanto arrastou consigo um monumental encanto por outras, tão dignas, modalidades. Finalmente o nosso requintado tempo direccionou-se para os atletas a sério. Os olímpicos! E, lamentavelmente, os esquecidos.
Fez bem ver o puto, como lhe chamam, Emanuel, a lutar por algo em que acredita (canoagem), e que, perceptivelmente, gosta de fazer. Foi bonito, depois de uma das provas de apuramento, depois de sentirmos que, visivelmente, deu tudo que tinha, vê-lo e ouvi-lo a dizer, mais ou menos isto, ao jornalista: apalpe aqui e veja como tenho os braços inchados, veja como estou…que cansaço! Parabéns!
Fez bem, claro, ver Francis ganhar uma medalha, mas também vê-lo tentar, com todo o esforço, ganhar outra! Deve ter sido obra estar ao lado daqueles, principalmente, americanos… cada qual no seu melhor! Grande rapaz! Parabéns!
Fez bem ver a corrida de Rui Silva… e a sua satisfação no final! Grande corrida! Hoje, na Visão, vi e li os seus anteriores feitos… é inacreditável como não se dá o mínimo relevo a estes atletas, se não tivesse ganho nada, continuávamos a desconhecer os seus títulos… Parabéns!
Fez bem ver Carla Sacramento, esgotada de tanto esforço na tentativa de chegar a uma final. Este é o espírito olímpico. Como ela mesma disse não recebeu nenhum convite para estar em Atenas. Apenas mérito. Parabéns!

Muito me agradaria ver todos estes atletas, merecidamente, a fazer capas e páginas e páginas de diários, semanários, revistas e afins, em detrimento dos nossos queridos futebolistas…. Ai se eu mandasse!
As medalhas são para quem, de facto, é melhor do que os outros. Mas o esforço, mesmo sem estas, é bonito de se ver! LR