sábado, agosto 28, 2004

TristeBenfica

Triste equipa, a minha. Não vejo jeitos de começar a gostar da minha equipa novamente. Dos meus jogadores. Não gosto destes. Não fui eu que os escolhi. No entanto, para minha desgraça, são os meus jogadores. Estes últimos jogos têm sido um “déja vue” que até aflige. É claro que para jogar com as nossas equipinhas portuguesas estes jogadores até poderão, quem sabe, ganhar um joguito ou outro, ficar num honroso (?) segundo ou terceiro lugar do nosso fraquinho campeonato, mas competir com equipas organizadas, jogadores ambiciosos, famintos de vitórias, ansiosos por mostrar, e demonstrar, em campo o que valem… isso já é outra história… não duvidei que não iriam a lado nenhum.
Sempre fui benfiquista, poderia ser de outro clube qualquer. Chego agora a uma triste fase em que, quando a minha equipa joga, o surpreendente são as vitórias.
Triste é ouvir as declarações de um treinador, provavelmente com uns anos a mais para ser genuinamente ambicioso, a dizer que a equipa fez uma primeira parte fantástica (naquele desastrado e desastroso jogo contra os belgas), quando todos vimos, e vemos, que, o que, de facto, nos faltou e falta, é um misto de profissionalismo, motivação, garra, mas, acima de tudo, jogadores de classe (não gosto especialmente do termo, mas é isto mesmo) como já tivemos em tempos…
Triste é ouvir jogadores, ditos do Benfica, a dizer que este jogo era um pouco importante para o clube, mas que tinham que levantar a cabeça e, agora (que remédio!), pensar no campeonato. Nestes momentos perde-se a paciência, mas também se tem a, mais uma vez, triste noção de que esta equipa não vale nada. Nem sequer é necessário vê-los a jogar, olhá-los e ouvi-los basta para sabermos disto.
O clube não tem dinheiro, todos sabemos. Os sintomas estão em todo o lado, a contratação do italiano, do bracarense, a chamada de jogadores demasiado novos para tanta responsabilidade… é certo que um ou outro jogador até poderia surpreender, ou ser, pelo menos, regular nas suas exibições, mas não é o caso…
O Zahovic, além de ser um jogador de quem nunca gostei, no mínimo, pela sua tradição no Porto e pelos seus rudes modos, dizem-me que até não tem jogado mal, mas também é verdade que parece ser, inacreditavelmente, o jogador mais bem pago do plantel. Não o conseguem vender e comprar jogadores? Eu agradecia.
Depois aquele senhor Veiga, de quem ao longo destes últimos tempos muitos jogadores se têm afastado…. não inspira confiança nem a um anjinho!
Não digo que jogadores como o Simão, o Miguel (já agora, boa sorte se for para outro clube, talvez lá encontre jogadores que encaminhem as suas bolas para a baliza…) e talvez até o Petit, incluídos numa equipa com jogadores de nível não fizessem até boa figura (com os modelos a seu lado), mas os outros… com excepção do Moreira, que até me parece ser o único com uma motivação inata, são fraquinhos (ou com idade a mais) para altas competições…
Nestas escritas sobre motivação, profissionalismo, quem sabe até liderança, não poderia deixar de escrever alguma coisa sobre o FCP. Com a devida ressalva de que há muitas coisas de que não gosto neste clube. Todas são bem conhecidas e, provavelmente, as que estão a pensar neste momento. O Porto faz-me lembrar os gauleses e o Astérix, pelo menos nos primeiros anos de sucesso, porque actualmente penso que ninguém questiona que, realmente, quando joga por esse mundo, é a única equipa de quem podemos ter orgulho como portugueses. Já não remam contra a maré. E até já Pinto da Costa, que durante muito tempo cultivou o orgulho de ser do norte, esqueceu o presidente da invicta e se aproximou do topo, do governo e, hoje em dia, subtilmente, diz que o seu clube representa o país. Com toda a razão. Além disto, ao contrário da minha equipa, a surpresa, neste caso, tem continuado a ser a derrota. Bela mentalidade. Mesmo nos jogos em que as coisas não correm bem, mesmo quando jogam mal, a mentalidade está lá. Será orgulho em ser dragão?
LR

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