sexta-feira, agosto 29, 2008

Do grupo dos grotescos

Há uns tempos vi o Henrique Raposo na televisão. Conhecia apenas a sua escrita. Vagamente, porque nunca a apreciei. Parece-me que é daquelas pessoas de quem se espera sempre alguma comicidade. Tiago Galvão, um dos outros elos fracos do blog, é de outro calibre. Nem maior, nem menor, diferente. Henrique Raposo, não é mal-educado. No fundo, no fundo, não é o típico parvalhão. É parvalhão, mas não típico. Quando o vi na televisão, pareceu-me ansioso por mostrar que era um intelectual. Fisicamente roça o Pedroso, o que de bom tem pouco. Ou por desatenção, ou por outra coisa qualquer, não lhe conhecia esta vertente: o que mostra este post. Do qual transcrevo parte: "Eu até gosto do grotesco, desde que o grotesco não venha ter comigo. É isso mesmo, meus caros: a tipa começou a falar a rir-se toda para mim. Ainda pensei em dizer-lhe "oiça, seduzir mulher como você é até covardia; é como atirar bomba atómica em tribo da Polinésia". Mas, num momento de fraqueza, fiquei-me por um anémico "pois, pois"". Geralmente é assim, os melhores atletas, as pessoas mais inteligentes, os mais dotados, os mais bonitos, os melhores, são sempre os mais discretos. E depois há destes. Que, apesar de tanto esforço, num instante, mostram quem são. Os livros que lêem, e são muitos, a fiar no que espalham, não os educam, não os refinam. Talvez os homens se possam dividir assim. Em dois grupos. Ainda há alguns no outro grupo, digo eu. Que sei. Daqueles incapazes de coisas destas. Grotescas. Os amigos devem ter gostado. Bem, pelo menos, não vota. Apesar disto tudo, gostei das palavras de Suazo, à chegada.

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